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A encarnação do Verbo
1 No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.[1]
2 Ele estava no princípio com Deus.
3 Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez.[2]
4 A vida estava nele e a vida era a luz dos homens.[3]
5 A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela.[4]
6 Houve um homem enviado por Deus cujo nome era João.
7 Este veio como testemunha para que testificasse a respeito da luz, a fim de todos virem a crer por intermédio dele.[5]
8 Ele não era a luz, mas veio para que testificasse da luz,
9 a saber, a verdadeira luz,[6] que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem.
10 O Verbo estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o conheceu.[7]
11 Veio para o que era seu, e os seus[8] não o receberam.
12 Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus,[9] a saber, aos que crêem no seu nome;
13 os quais não nasceram do sangue,[10] nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.
14 E o Verbo se fez carne[11] e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.
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Notas:
[1] 1.1 No princípio. Antes da criação (cf. Gn 1.1). Verbo (Gr.: logos). Não denota o logos de Platão, que significa a idéia universal e absoluta, nem de Filo, que identifica o logoscom a sabedoria de Deus. Logos para João é uma pessoa, que comunica a realidade de Deus aos homens pela Sua encarnação e sacrifício na cruz. Logos. Servia o termo de ponte entre o mundo grego e o judaico. Sendo Deus, o Logos é a perfeita expressão de Deus. A revelação do AT era perfeita, mas incompleta; no NT é perfeita e completa (cf. 14.9; Hb 1.1, 2). O Verbo era Deus. A falta do artigo original não quer dizer “um Deus”, mas que o Verbo tinha a natureza divina. “O Filho está na Trindade, mas a Trindade toda não é o Verbo”.
[2] 1.3 A atuação de Cristo na criação também se encontra em Cl. 1.16, 17
[3] 1.4 Vida estava nele. Pode referir-se à provisão do Espírito que pela morte de Cristo passaria a habitar nos crentes (7.37ss)
[4] 1.5. A luz. É identificada como a vida que Deus compartilha: é o contrário de trevas, existência sem Deus que equivale à morte eterna. A luz não pode ser vencida pelo mal (1 Jo 2.8)
[5] 1.6, 7 Um homem. Foi João, o Batizador, que primeiro apontou Jesus aos homens como luz, e foi através da fé desses homens que outros vieram a crer (cf. 5.35)
[6] 1.9 Verdadeira luz. Cristo e só Ele, vindo ao mundo ilumina todo a todo homem. Não há salvação das trevas à parte dEle.
[7] 1.10 Mesmo antes da Sua encarnação Cristo estava ativo na criação e na revelação de Deus por intermédio dos profetas e patriarcas.
[8] 1.11 Seu, e os seus. “Seu”, no grego, significa “sua casa”; “seus” indica Seu povo. Mesmo rejeitado pela maioria de Israel, Cristo se oferece a todos entre os quais alguns O receberam.
[9] 1.12 Filhos de Deus. Ninguém nasce de Deus pelo primeiro nascimento (o carnal). A filiação se limita aos que crêem e recebem a Cristo.
[10] 1.13 Do sangue (Gr.: ex haimatõn, “dos sangues”). O plural indica que o nascimento concedido por Deus não vem por descendência humana, nem através da descedência privilegiada (cf. 3.4, 6; 6:44)
[11] 1.14 O Verbo se fez carne. O eterno Filho, o Verbo de Deus, se encarnou como homem (cf. Rm. 8:3). Essa verdade essencial nega inteiramente a heresia gnóstica que afirma que a encarnação na foi real (cf 1 Jo 4.2, 3). Habitou, (Gr.: skenoo) “tabernaculou”. Em Cristo vemos a realidade da glória divina, o zelo de Deus em se aproximar dos homens, mesmo sendo pecadores. Graça. Favor de deus não merecido. Verdade. A fidelidade de Deus.
Essa Bíblia de estudo que estamos disponibilizando para consulta online é resultado de muito tempo de reflexão sobre a linguagem dos manuscritos e as modernas versões das Escrituras Sagradas.
Decidimos denominá-la Tradução da Bíblica Comum por vermos que essa sempre foi a idéia da inspiração e posteriores traduções da Bíblia. Como sabemos, o N.T foi escrito em grego koiné, que era a língua comum na época, era a forma de falar que qualquer pessoa entenderia, e essa sempre foi a idéia de fazer com que as pessoas entendam o máximo possível da mensagem das Escrituras.
Olhando a história de como a Bíblia chegou em nossas mãos como a temos hoje, sabemos que a maioria dos lutadores e defensores cristãos das Escrituras desejavam vertê-la para a língua comum dos seus dias. Assim foi também com a Vulgata Latina, dentre outras.
Essa também é nossa idéia. Nossa Bíblia de Estudo TBC não é uma tradução interlinear palavra por palavra, nem uma tradução padrão, nem chega a ser uma paráfrase completa. A consideramos uma tradução intermediária; ela é literal quando precisa ser literal, padrão quando tem que ser padrão, e paráfrase quando precisamos sacrificar o literal em prol da salvação do sentido, para que o leitor, que não tem quase nenhum conhecimento teológico, possa entender o que está lendo.
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Evangelho de João (1:1-18).